Receita de publicidade global baterá recorde em 2021

Ad Age Marketing Fact Pack, guia anual do Advertising Age para profissionais de marketing, mídia e agências, aponta cinco insights para o novo ano

Após um ano conturbado, o Ad Age Marketing Fact Pack 2021, guia anual do Advertising Age para profissionais de marketing, mídia e agências, prevê que a receita de publicidade global baterá recorde em 2021. Entre os cinco principais insights do guia estão:

1. O GroupM, da WPP, prevê que a receita mundial de publicidade saltará 10,2% para um recorde de US$ 651 bilhões em 2021, depois de cair 4,1% em 2020 em meio à pandemia do novo coronavírus.

2. A Zenith, do Publicis Groupe, espera que os investimentos com publicidade dos Estados Unidos aumentem 3,2%, para US$ 237 bilhões em 2021, após uma queda de 5,4% em 2020.

3. O digital está impulsionando a recuperação da publicidade. O GroupM prevê que a receita mundial de anúncios para players digitais puros, como Facebook, Google e outras empresas de mídia digital, crescerá 14,1%, para US$ 397 bilhões em 2021, dando a empreendimentos digitais 61% da receita global de anúncios. A Zenith espera que os investimentos com publicidade na internet nos Estados Unidos tenham alta de 9,6%, para US$ 136 bilhões em 2021, com a internet detendo 58% da publicidade no país.

4. A taxa de desemprego nos EUA (6,7% em novembro) caiu drasticamente desde seu pico pandêmico de 14,7% em abril de 2020, que foi o nível mais alto desde 1939. No início da recessão em fevereiro de 2020, a taxa de desemprego era de 3,5%, o nível mais baixo desde 1969. O emprego em empreendimentos de mídia na internet nos EUA (292.700 em outubro) cresceu durante a pandemia e agora é o dobro do nível de 2013, de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics. No entanto, o número de funcionários das agências de publicidade (194.200 em outubro) está perto de seu ponto mais baixo desde 2015.

5. Em todo o mundo, 114 profissionais de marketing têm investimentos globais com anúncios superiores a US$ 1 bilhão; 47 profissionais de marketing têm investimentos nos EUA acima de US$ 1 bilhão. A Amazon, maior anunciante do mundo, tem US$ 11 bilhões investidos em publicidade e promoção em 2019, sendo US$ 6,9 bilhões nos EUA.

 
 
 
(Crédito: ipopba/iStock)
*Por Bradley Johnson, do AdAge

Os fatos mais importantes da Comunicação em 2020

Cortes e reestruturações gerados pela crise e o engajamento de grandes holdings com a proposta de inclusão racial são algumas das movimentações marcantes do ano

Em um ano marcado pela crise da Covid-19 – e pelos seus devastadores e transformadores efeitos que acometeram todo o planeta – Meio & Mensagem reúne os eventos e movimentos mais importantes de um 2020 que obrigou a indústria da Comunicação, assim como os demais segmentos econômicos, a revisitar seus propósitos de atuação, estilo de trabalho e a modificar estratégias para manter-se ativa.

Confira abaixo os assuntos de Comunicação que foram destaque nas plataformas de conteúdo de Meio & Mensagem ao longo do ano. A lista foi definida pela redação, sob critérios editoriais:

Crise gera cortes e reestruturações
A crise econômica provocada pela Covid-19 obrigou os maiores grupos de comunicação a adotarem medidas de redução de gastos. Omnicom, IPG e DAN foram mais enfáticos em relação a redução nas equipes. O WPP suspendeu contratações, adiou o aumento de salários previstos para este ano e algumas de suas agências optaram pelo afastamento de funcionários. A alta cúpula de algumas holdings, como Arthur Sadoun, chairman e CEO do Publicis Groupe, John Wren, CEO e chairman do Omnicom, Mark Read, CEO do WPP, e Michael Roth, chairman do IPG, anunciaram a redução temporária de seus salários, medida que se estendeu ao board das companhias. A crise que atingiu as holdings em 2020 foi mais um golpe em um cenário que já era bastante desafiador: de acordo com o Agency Report, 2019 foi o ano mais fraco para o crescimento das agências nos Estados Unidos desde a Grande Recessão. A Forrester Research, por sua vez, estima que as agências terão cortado 35 mil postos de trabalhos no país até o final de 2020 e que, globalmente, as holdings terão demitido 49 mil funcionários.

WPP intensifica plano de consolidação
O ano foi marcado por consolidações significativas, globais e locais, no WPP. Os movimentos seguem o plano traçado por Mark Read, desde que assumiu o comando da companhia como CEO, há dois anos. No Brasil, a holding anunciou a fusão entre Y&R e VML. Os dois escritórios nacionais eram os únicos da rede global que ainda não operavam unidos. Fernando Taralli, CEO da VML, assumiu o posto de chefe executivo da VMLY&R São Paulo. Já David Laloum deixou a função de CEO da Y&R e passou a atuar como CSO e sócio da empresa de inovação Distrito. Marcos Quintela assumiu o cargo de chairman do grupo, que também inclui a Mutato e a VML Rio, cujas atividades seguem independentes. Globalmente, o WPP anunciou a união entre AKQA e Grey, que posicionou Ajaz Ahmed, fundador da AKQA, como CEO do Grupo AKQA. Outra mudança foi a incorporação da Geometry, especializada em varejo e e-commerce, pelo grupo VMLY&R, originando a VMLY&R Commerce. Fora do WPP, a Dentsu fundiu duas de suas principais marcas, a Dentsu e a McGarryBowen, dando origem à Dentsumcgarrybowen.

Anunciantes e agências flexibilizam relações
Parcerias duradouras entre marcas e suas respectivas agências continuarão a existir mesmo sob o passo mais rápido da transformação do mercado. No entanto, as relações que ultrapassam décadas passam a conviver com formatos alternativos de parceria, a depender do objetivo do anunciante. Ao longo do ano, agências reconhecidas por relacionamentos longevos com seus clientes criaram trabalhos isolados para marcas, como FCB Brasil, que criou um filme para RaiaDrogasil, AlmapBBDO, que fez um projeto para Rappi, e Africa, que fez campanhas para AB InBev e Fila. Uma pesquisa da agência Heart realizada em parceria com a Bistrô Estratégia ouviu 30 heads de marketing de empresas como Pepsico e Alpargatas para saber os rumos das relações com agências. De acordo com o levantamento, 50% dos clientes que possuem contrato de fee pretendem mudar o modelo de remuneração com o fim da pandemia. Já a Scopen ouviu 51 profissionais responsáveis pelo marketing ou compra de mídia e, para 86%, as relações entre marcas e agências tornou-se mais empática, próxima e flexível com a Covid-19.

Festivais cancelados, conteúdos online
Pela primeira vez em sua história, o Festival Internacional de Criatividade de Cannes foi cancelado. A 67ª edição da principal premiação da indústria foi oficialmente adiada para 2021 dias depois de holdings como WPP e Omnicom terem anunciado que não participariam do festival em 2020. Em junho, na semana que ocorreria o evento, a organização fez o streaming do Cannes Live, que contou com debates, keynotes, homenagens, como a de Agência Global da Década, entregue à AlmapBBDO, e o Leão de São Marcos, concedido à Mary Wells Lawrence. O Wave, festival realizado por Meio & Mensagem para reconhecer a criatividade latina, teve as edições de 2020 e 2021 canceladas. Outros dois eventos que mobilizam boa parte da indústria de comunicação haviam sido cancelados meses antes: o Mobile World Congress, realizado em Barcelona, e o South by Southwest (SXSW), que ocorreria em Austin. Outras premiações de criatividade, como The One Show e D&AD, cancelaram as programações presenciais, mas mantiveram as premiações, realizadas online.

Holdings anunciam metas para mudar quadro racial
Os protestos antirracistas que percorreram ruas de diversas regiões dos EUA chegaram às portas das agências de publicidade. Em junho, um coletivo formado por 600 pessoas negras divulgou carta aberta às holdings de comunicação. O documento listou 12 medidas que os grupos e suas agências deveriam adotar para aumentar a presença negra nas equipes, coibir o racismo no ambiente do trabalho e melhorar a qualidade dos projetos veiculados por meio da diversidade de profissionais. IPG e Dentsu enviaram comunicados internos revelando estatísticas étnico-raciais. O WPP se comprometeu aos 12 compromissos emitidos pela carta Call For Change. Entre as medidas, investirá US$ 10 milhões ao longo de três anos para apoiar entidades antirracismo e programas de inclusão. Iniciativas independentes como o projeto Hiretone, criado pela dupla Victor Emeka e Zé Celso Oliveira, trouxeram o debate do racismo nas agências à tona: a iniciativa catalogou as contratações feitas por agências em 2020 e mostra, por meio de uma paleta de cores, que o mercado precisa agilizar ações para mudar a desigualdade racial.

Reconfiguração no grupo ABC
O ano de 2020 começou com o anúncio do afastamento de Guga Valente e Nizan Guanaes das funções executivas do Grupo ABC, fundado por ambos em 2002. O cargo de CEO, até então exercido por Guga, foi assumido por Cristiano Muniz, que já havia trabalhado como COO e CFO da empresa. A consultoria NIdeias, comandada por Nizan desde 2018, passou a atuar de maneira independente, mas respeitando a cláusula de non compete, que impede a operação de prestar serviços que conflitem com os oferecidos pelo ABC. Tanto ele quanto Guga, que respondeu como CEO do grupo desde sua fundação, atuarão como conselheiros da holding até 2021. A saída da dupla antecipou a renovação de contrato do Omnicom, que controla o ABC, com os copresidentes da Africa, Marcio Santoro e Sergio Gordilho, para mais um ciclo de ambos à frente da agência. Em março, a holding encerrou as atividades de uma de suas marcas, a Tribal, e transferiu as contas para a SunsetDDB. Outra mudança no portfólio do ABC foram os 30% de participação da Pereira & O’Dell, comprados pela alemã Serviceplan Group, em outubro.

Mais simbiose entre consultoria, tecnologia e comunicação 
A compra da holding Haus pelo Grupo Stefanini é um dos movimentos que evidencia a simbiose entre consultorias, agências e empresas de tecnologia. A Haus, que tem como maior empresa a agência W3Haus, espera alavancar o pensamento estratégico apoiado por dados, inteligência artificial e analytics, já que a multinacional brasileira Stefanini trabalha em soluções de negócios baseadas em tecnologia. Do outro lado, Marco Stefanini, CEO da companhia, pretende estender o leque de ofertas em marketing para compreender mais a fundo o consumidor e, assim, desenhar estratégias de negócio mais assertivas. A aquisição segue algumas outras, como as da Accenture Interactive, que em 2015 comprou a AD Dialeto e em 2018 adquiriu a New Content. Eduardo Bicudo trocou o posto de CEO da Accenture Interactive América Latina pelo de CEO do Dentsu Aegis Network no Brasil. De acordo com ele, a aquisição da consultoria Cosin pelo DAN em 2016 contribuiu para a disseminação da cultura de consultoria entre as agências do grupo.

A ascensão da cocriação
Agências, veículos e marcas deram mais valor à cocriação para estabelecer conexões mais genuínas com a audiência. A Globo, ao modificar seu departamento comercial e transformar o merchandising da novela A Dona do Pedaço, alçou as oportunidades de cocriação a outros patamares. A emissora realizou projetos multiplataforma criados com agências e anunciantes, como os esforços de conteúdo de TIM para a Black Friday, conduzidos com a agência HavasPlus. Já a Ogilvy, para promover o pack dual de Fanta e Coca-Cola, arquitetou com o canal um plano que envolveu uma das atrações globais mais populares, A Grande Família. E a FCB fez com a Globo o case “Reforma Certa”, para Leroy Merlin. O rechaço do consumidor à interrupção fez com que as três frentes buscassem soluções para reter a atenção das pessoas, criar relevância e gerar vendas. A cocriação se estende de outros campos: varejistas como Amaro e C&A investiram em coleções de roupas feitas em parceria com clientes. O Boticário, por sua vez, promoveu um reality show digital, criado pela W3Haus, cujo vencedor criará um produto para a marca.

Concorrentes se unem em campanhas
A crise da Covid-19 desencadeou uma série de necessidades: serviços mais rápidos e convenientes, produtos mais acessíveis, programas de financiamento e apoio a causas de naturezas diversas. Com isso, concorrentes dos segmentos financeiro e de telecomunicações se uniram em ações conjuntas inéditas. No final de março, Claro, Vivo, Tim e Oi veicularam campanha, criada em conjunto pelas respectivas agências: Talent Marcel, Africa, HavasPlus e NBS, divulgando pacotes especiais com TV e bônus de internet. A Tim, aliás, fez parceria com a fintech C6 Bank para oferecer serviços financeiros e de telecomunicações conjuntos. O acordo também previu a compra de parte do capital do banco pela Tim Futuro. No mesmo mês, Bradesco, Itaú e Santander lançaram filme na TV para promover a inciativa de financiamento da folha de pagamento de pequenas e médias empresas que faturam até R$ 10 milhões. No final de agosto, os três bancos anunciaram os sete integrantes do Conselho Consultivo Amazônia, elaborado para apoiar dez medidas para impulsionar o desenvolvimento sustentável da região.

Restrições dão origem a novas dinâmicas criativas 
Em março, a Spcine, empresa municipal de fomento ao audiovisual em São Paulo, suspendeu os alvarás para filmagens em equipamentos e espaços públicos da cidade. Diante disso, produtoras e agências tiveram de buscar alternativas para seguir com a produção de campanhas de forma remota. O cancelamento abrupto de diversos filmes publicitários não se deu somente por fatores sanitários, mas também pela obrigatória mudança de narrativa na comunicação das marcas com a imposição da quarentena. Bancos de imagens, filmagens na casa dos próprios diretores de cena, animações 2D e 3D e câmera de smartphones foram alguns dos recursos recorrentes. Com a adaptação das equipes ao esquema de criação e produção remota, o craft de filmes criados em condições caseiras se sofisticou – a utilização de telas de celulares e imagens de videoconferência rapidamente ficaram saturadas – assim como o storytelling, que precisou encontrar inúmeras narrativas para abordar o distanciamento social e outros temas pertinentes à realidade vivenciada pela sociedade durante a quarentena.

Por: Meio & Mensagem
(Crédito: Arte/Meio & Mensagem)

7 milhões de pessoas atingidas e 2 toneladas de ração doadas: a campanha de marketing que viralizou nas redes sociais

“Cada vez que o dog for compartilhado, 1 kg de ração será doado”. Quem usou as redes sociais, principalmente o Instagram e o Facebook, neste final de semana provavelmente se deparou com esta frase seguida da imagem de um (fofo) labrador. A publicação é fruto de uma campanha de marketing que viralizou e atingiu 7 milhões de pessoas em apenas dois dias, gerando uma doação de 2 toneladas de ração no total. A campanha foi criada pelo escritório  Moresco Contabilidade, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, às 10h do último sábado, 12 de dezembro. A meta era doar, no máximo, 2 toneladas, mas em menos de duas horas, metade disso já havia sido batido. “Ficamos apavorados e felizes”, conta Morgana Moresco, 33, diretora do escritório, com exclusividade a PEGN.
A executiva conta que a ideia da campanha surgiu ainda em 2012, fruto de uma história curiosa. Ela, que já trabalhava no escritório fundado por sua família, conta que dificilmente gostava dos presentes que ganhava de aniversário. “Ou trocava, ou não usava”, diz. A solução? Pedir 1 kg de ração para os seus cachorrinhos. A brincadeira foi crescendo e os colegas do escritório começaram a dar o valor em dinheiro, ao invés de carregar um saco de ração no seu aniversário. Daí surgiu a ideia de transformar a brincadeira pessoal em uma ação social do escritório.
Em 2015, fizeram um planejamento estratégico com uma agência de marketing e lançaram a campanha no mesmo formato, só que no Facebook. A cada compartilhamento, 1 kg de ração doado. No primeiro ano, foram 400 kg, no segundo, 700 kg, e em 2017, 1,5 tonelada. Em 2019, no entanto, Moresco se decepcionou: apenas 380 kg. Aí surgiu o plano de fazer em 2020 uma ação mais consistente, com um novo parceiro de marketing. “A agência sugeriu fazermos no Instagram também, porque nosso escritório ainda não tinha uma conta lá”, afirma. Para viabilizar, firmaram uma parceria com a ONG Sítio da Vovó, que abriga mais de 600 cachorros abandonados, em Arroio dos Ratos, no interior do Rio Grande do Sul. Quando a campanha viralizou em menos de duas horas, a executiva conta que ficou tensa. “Começamos a ficar apavorados. Passamos o sábado inteiro no WhatsApp acompanhando e tivemos uma reunião de duas horas no domingo para pensar em tudo”, diz. A solução foi limitar a doação a 2 toneladas, meta original. Mas para não pausar aí, Moresco também decidiu fazer uma parceria com a agência para oferecer ao Sítio da Vovó uma “consultoria de marketing”. Juntas, vão criar redes sociais para a ONG e organizar novas campanhas.

Ela também conta que ficou um pouco chateada com parte da repercussão na internet. “Muita gente desacreditando da campanha. Sou muito amante da causa, confesso que tive até dificuldade para dormir. Mas depois refleti e fiquei feliz, porque também teve muita gente apoiando.”
A entrega ainda está sendo planejada, mas deve acontecer no próximo sábado, dia 19. “Estamos ansiosos para brincar com os cachorros”, diz.

Fonte: Pequenas Empresas e Grandes Negócios

O ex-entregador de jornais e piloto que fundou uma rede de espetinhos milionária

Aos 13 anos, Leandro Souza conhecia muito bem as ruas do bairro do Recreio, no Rio de Janeiro. Com sua bicicleta, percorria o bairro de ponta a ponta para entregar jornais nos quintais e terraços cariocas. Foi ali que aprendeu, pela primeira vez, a valorizar o próprio dinheiro e esforço. Ainda novo, ele sabia que era apenas através do estudo e do trabalho que conseguiria tudo que almejava para sua vida. “Minha mãe trabalhava como empregada doméstica e meu pai como porteiro. Sou filho único e eles sempre se dedicaram ao máximo para incentivar minha educação”, relembra Souza, que hoje enxerga o impacto de sua criação no sucesso da rede Espetto Carioca, fundada em 2010.

Souza fundou o Espetto Carioca ainda em 2010, com mais dois sócios e R$ 300 mil de investimento inicial

O empreendedorismo, presente em sua rotina atual, não fazia parte de seu sonho juvenil. No entanto, as vivências que acumulou através dos anos em outros trabalhos foi essencial para seu papel como líder. Com 17 anos, começou a trabalhar como office boy em uma empresa que fazia distribuição de revistas. Em pouco tempo, evoluiu e chegou na equipe de marketing, o que fez com que começasse a cursar faculdade de comunicação social. Sua história parecia se encaminhar para esse setor, até outra oportunidade aparecer.
 
Fonte: Forbes Brasil

Campanha publicitária divulga "Bombinhas – a península mais bonita do Brasil"

Com o intuito de apresentar o município catarinense como península, sendo um dos locais espetaculares do país, a Associação Visite Bombinhas, em parceria com o Sebrae/SC, acaba de lançar a campanha publicitária com o slogan “Bombinhas – a península mais bonita do Brasil”.
A ação faz parte das novas estratégias de posicionamento digital para o turismo e será veiculada em toda a cidade, nos canais de internet e em ações promocionais, apresentando a qualidade dos serviços oferecidos por associados da entidade e as experiências imperdíveis para a temporada de verão.

Ação é assinada pela Associação Visite Bombinhas com apoio do Sebrae/SC

A campanha
Esta é a terceira etapa de um trabalho iniciado em setembro pela associação, que através da definição de estratégias de mercado, criou um novo conceito de comunicação, com site com informações específicas do município e novas redes sociais.
A divulgação conta com peças gráficas e publicitárias para estimular os visitantes a aproveitarem o que a cidade oferece de melhor. A ação tem como objetivo principal gerar melhores resultados para as empresas associadas não apenas na temporada de verão, mas durante todo o ano. A próxima etapa será a realização de um planejamento para estruturar as próximas ações de promoção do destino.
“Nossa cidade está entre os 10 destinos brasileiros que mais recebem turistas estrangeiros, muitas famílias, empresas e empregos, dependem da atividade turística. Por isso, queremos apresentar a cidade como península, um destino peculiar e atraente o ano inteiro. Se pararmos para pensar, vários dos principais destinos turísticos do mundo estão localizados em porções de terra, cercados por água, e nossa Bombinhas é um deles”, destaca o presidente da associação, Antônio Carlos Lopes.

Segundo o Gerente Regional do Sebrae da Foz, Alcides Sgrott Filho, o Sebrae/SC apoia projetos que desenvolvem a economia do município, fortalecendo os empreendedores locais. “Bombinhas é um dos destinos mais turísticos da nossa região e foi afetado fortemente pela crise da pandemia. Para que possamos impulsionar a economia dos empresários locais neste período difícil, nos juntamos a Associação Visite Bombinhas para apresentar a cidade como a mais bonita do Brasil, gerando visibilidade, emprego e riquezas para o município”, ressalta.

O lançamento da campanha aconteceu na última segunda-feira, 30 e contou com a participação de representantes do Sebrae, Secretário de Turismo de Bombinhas, SANTUR, Aeroporto de Florianópolis, Oceanic Aquarium de Balneário Camboriú e Hotéis, Pousadas, Restaurantes e Receptivos da Associação Visite Bombinhas.
Fonte: AcontecendoAqui

Luana Génot: “Marcas, se assumam como racistas”

Luana Génot, fundadora do ID_BR, defende que as empresas não fiquem no meio-termo quanto ao racismo e partam para a ação

Aurgência do combate ao racismo estrutural faz com que não haja mais tempo nem espaço para tabus ou omissões. De acordo com Luana Génot, fundadora e diretora-executiva do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), as empresas não podem mais ficar no meio-termo, devem assumir a responsabilidade e partir para a ação. Nos últimos meses, vários casos reforçam que o setor privado faz parte do problema, mas também pode atuar para ser a solução. Da morte de João Alberto no Carrefour na véspera do Dia da Consciência Negra, em novembro, à declaração considera racista da cofundadora do Nubank no programa Roda Viva, da TV Cultura, em outubro, ou as críticas recebidas pelo Magazine Luiza por lançar um programa de trainee para profissionais negros, em setembro. Tudo remete ao poder que as empresas exercem na sociedade, mas, sobretudo, pelo papel que desempenham quanto à pauta do racismo estrutural.

Meio & Mensagem – O que o caso recente da morte de João Alberto no Carrefour ilustra sobre a responsabilidade das empresas no combate ao racismo?
Luana Génot – As empresas não devem se esconder em seus relatórios de diversidade se colocando como diversas apenas porque entendem que possuem um número expressivo de profissionais negros em seus quadros. Isso faz com que elas relaxem quanto a essa pauta e esse é um assunto de constante alerta. Essa pauta não está resolvida, temos que fazer, com frequência, revisão de práticas para se desafiar e seguir avançando em relação à igualdade racial. Ainda sobre o caso Carrefour, existe outra questão de extrema urgência: não basta lidar com a questão somente na empresa tem que olhar para o ecossistema de fornecedores, inclusive suas empresas de segurança.

M&M – Como você avalia o discurso de Noel Prioux, CEO do Grupo Carrefour Brasil, no dia 21 de novembro, em rede nacional de televisão, após o caso?
Luana – No primeiro pronunciamento ficou nítido que faltam metas, números, prazos e investimentos. O discurso apenas para dizer que a empresa fica triste e se solidariza com a família do João Alberto é pouco. Agora com o investimento de 25 milhões anunciados para serem direcionados a pauta da igualdade racial, que sabemos que não trataram João Alberto de volta, sirvam pelo menos para marcarem uma nova fase de ações estruturadas pela pauta antirracista. Eu espero que, em futuros pronunciamentos e posicionamentos a empresa comprove ações efetivas e que possui planos para sua cadeia de valores. Para além dos 25 milhões e do prometido direcionamento de um dia de faturamento para essa pauta, precisamos ver no site aberto ao grande público um plano efetivo e seus resultados de curto, médio e longo prazo relativos à pauta antirracista.

M&M – Outro caso recente relacionado a racismo causou repercussão, após o pronunciamento da Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, o que essas situações ilustram sobre o desafio da diversidade estrutural no Brasil?
Luana – O caso do Nubank mostra outro ponto de atenção. Muitas vezes, a gente começa a acreditar que startups desconstruídas estão nascendo em um ambiente completamente diverso. Só que não. Qualquer empresa, seja uma centenária ou uma fintech, vive com os desafios do racismo estrutural. Seja um unicórnio ou um dinossauro. Quando vemos uma mulher branca, como a Cristina Junqueira, jovem e CEO, como é o caso de algumas empresas não só o Nubank a gente pensa, “nossa, ali existe tudo para ser um ambiente completamente desconstruído e inclusivo”. Pelo perfil da empresa, a gente acaba deixando de olhar com urgência sobre o tema antirracista que é uma via da inclusão que ainda tem sido negligenciada.

M&M – E sobre a maneira como o Nubank tratou o caso?
Luana – Muitas coisas, se não são resolvidas pelo amor, se resolvem pela dor. O mais importante é entender que, a partir da dor, e em um contexto em que as marcas estão sendo colocadas em praça pública, emitir nota com afirmações como “não era isso que eu queria dizer”, já não faz efeito. O Nubank nos ensina que é possível fazer de um caso de dor uma situação de construir algo em conjunto. A partir da dor é importante saber o que fazer. Investimento nítido, ações efetivas e um plano absolutamente transparente. Não adianta mais dizer que é pró-diversidade e não levar isso até as últimas consequências.

M&M – Em todos os casos acima temos aprendizados e desafios, qual a mensagem você teria a dar às empresas que ainda não se atentaram para a questão racial?
Luana – O primeiro passo é se assumir como racista. Eu diria, marcas, se assumam como racistas. Estamos todos em ambientes permeados pelo racismo estrutural. Varrer problemas estruturais para debaixo do tapete só tem acirrado as desigualdades que vivemos. Se antes, as empresas omitiam isso, elas precisam admitir que são racistas. E quanto mais rápido o fizerem, mais rápido poderão agir para combater esse mal. Apenas dizer não ao racismo não foi capaz de evitar que a gente reproduzisse o racismo estrutural. Essa virada de chave do “não sou racista para sou racista e preciso fazer algo para combatê-lo” é fundamental para quebrar esse ciclo.

M&M – A partir do momento em que uma empresa se assume como racista, como ir além do discurso?
Luana – Tem várias ferramentas que já ajudam as empresas a, a partir do momento que se assumirem como racistas, desenvolverem ações efetivas. Existem diagnósticos, Censo étnico-racial, meta de contratação, meta de promoção, treinamento de público interno, fornecedores, patrocínio de eventos que falem da temática, entre outras ações. Há uma série de ações que podem construir o combate ao racismo. Existe um outro tipo de discurso que é uma grande ilusão. Muita gente diz que a questão do combate ao racismo estrutural só deve ser orgânica, do coração, natural. Isso é um discurso muito incompleto. Não tem como só ser orgânico, ou algo que surja do coração, principalmente se você tem ambientes onde os negros não estão. Empatia também se constrói intencionalmente. As pessoas não possuem facilidade em falar das questões raciais. Ou seja, o fazer e a mudança envolvem uma intencionalidade. Preciso ter a intenção de falar da igualdade racial relativo a pessoas negras e indígenas.

M&M – Tomando as empresas que você auxiliou como exemplo, o que faz com que as políticas efetivas de combate ao racismo estrutural deem certo?
Luana – Dá certo quando o CEO toma a dor para si. É necessário ter um envolvimento da alta liderança. Dá errado quando o tema da diversidade é delegado para um terceiro ou até mesmo quando fica na mão de uma pessoa negra que não quer cuidar de algo ligado à questão racial, mas que foi escolhida por ser negra. Ou dá errado quando a empresa decide tomar uma atitude pontual depois da comoção em torno do tema e não dá continuidade e perenidade.

M&M – Há alguns anos muitas empresas iniciaram o movimento da inclusão pela publicidade, ou seja, nas campanhas, o quanto isso pode deixar de ser efetivo caso não haja algo mais estruturado?
Luana – Todo começo pressupõe erros e atropelos, mas é necessário começar de algum ponto. Se começou pela comunicação, tudo bem, mas sabendo que isso tem que ser apenas um passo de um grande plano de ações. A gente lidou com várias marcas que começaram pelo quadradinho preto. Ou seja, entenderam que tinha que tratar essa pauta. Mas se o quadradinho preto não for seguido de uma série de outras ações e em diferentes áreas da empresa, isso é oportunismo e oportunismo pode ser percebido pelo consumidor como algo que traga para marca um discurso muito vazio. É muito perigoso as marcas começarem pela comunicação sem entenderem que é só mais um ponto de toda a estratégia. Ou seja, a comunicação é só um primeiro passo e não deve parar por aí.
Por: Luiz Gustavo Pacete
Fonte: Meio&Mensagem